Carpa-Cabeçuda: Sistemas de Cultivo
Aqui será possível compreender os principais sistemas de cultivo utilizados para na ciprinocultura de modo geral, mas que podem ser adotados para a Carpa-Cabeçuda (Hypophthalmichthys nobilis), com imagens ilustrativas e pontos importantes sobre cada sistema.
A ciprinicultura pode ser em diferentes regimes: extensiva, semi-intensiva, intensiva e pode ser em sistemas de tanques e/ou viveiros. Em todas as alternativas o alimento natural é de extrema importância.
Extensivo: O objetivo principal não é a criação de carpas, nesta modalidade não se obtém boa produtivi-
dade, pois como não é o objetivo principal, o manejo não é adequado e são utilizados poucos insumos. A alimentação dos animais é majoritariamente de alimento natural e para um bom resultado pode-se colocar uma carpa a cada 10 m² de reservatório.
Semi-intensivo: é o cultivo no qual o manejo é melhor quando comparado ao anterior, porém a escala de
produção é baixa, podem-se utilizar tanques e/ou viveiros. Esta modalidade não permite a criação para fins comerciais e os animais levam cerca de um ano de cultivo para atingir o peso adequado ao consumo.
Intensivo: O manejo é mais intensivo e os índices zootécnicos são mais bem controlados, visando a maior
produtividade possível. As técnicas de desovas controladas são bastante utilizadas bem como o uso de corretivos e alimentação artificial. Neste tipo de cultivo os reprodutores são separados dos animais para venda e estes são separados conforme o estágio de desenvolvimento, ou pode-se comprar os alevinos e realizar apenas a terminação dos animais. Após todo o desenvolvimento dos animais, ao atingir o peso para a despesca, os animais devem passar pelo tanque de depuração (com água corrente) por pelo menos 2 a 3 dias, para a remoção de sabor e odor desagradável.
Porém, devido às características naturais da Carpa-Cabeçuda, os sistemas usados para seu cultivo são bastante limitados. A cultura em regime extensivo em águas abertas e policultura em lagoas são os principais sistemas utilizados. O fator mais importante envolvido na produção de carpa cabeçuda é garantir um suprimento suficiente de ovos de qualidade. Comparativamente, é mais difícil criar alevinos de carpa do que de outros peixes, devido ao seu lento desenvolvimento gonadal. Também é mais difícil produzir alevinos de grande porte, devido ao seu crescimento lento no estágio inicial do desenvolvimento.
Policultivo: Quanto ao policultivo, este só é possível pelas diferentes características alimentares e fisioló-
gicas das carpas. Segundo a literatura consultada, 35 % de clorofila permanece após a passagem pelo intestino da Carpa-Prateada, enquanto que para Carpa-Cabeçuda que se alimenta de células maiores, o valor é de 50%. Embora herbívoros, a Carpa-Capim não podem digerir células vegetais inteiras, pois carecem de celulase. Seus excrementos, portanto, contêm muitas células de plantas indigestas, e a Carpa-Capim se alimenta frequentemente, então a quantidade de comida que ingere é volumosa. Como resultado, a água nas lagoas sofre eutrofização e, portanto, desfavorável para a Carpa-Capim. Esta água promove a proliferação de plâncton, comida para carpa prateada e cabeçuda.
Então o policultivo com estas espécies, leva a uma redução na fertilidade da água, tornando-a adequada para a Carpa-Capim. Tal interação utiliza plenamente a comida, promove o rendimento e reduz o custo. Além disso, o fitoplâncton é o principal produtor da cadeia alimentar, como a Carpa-Prateada se alimenta de fitoplâncton, ela têm a cadeia alimentar mais curta, e assim pode utilizar mais eficientemente o nutriente disponível e reduzir mais efetivamente a fertilidade da água. Por consumirem plâncton ao longo da vida, Carpa-Prateada e Carpa-Cabeçuda são indispensáveis para a policultura. Elas também são menos competitivas com outros peixes adultos, menos suscetíveis à doenças e crescem rapidamente.
Porém a Carpa-Prateada e a Carpa-Cabeçuda são competitivas em sua dieta, pois ambas se alimentam de plâncton. Além disso, a Carpa-Prateada se alimenta mais ativamente do que a Carpa-Cabeçuda. Assim, quando estas duas espécies são cultivadas juntas, elas nunca podem ser estocadas em igual número, o número de Carpa-Prateada é geralmente a menor, em uma proporção de 1: 3-5.
