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Carpa-Cabeçuda: Reprodução

     Aqui será possível compreender características reprodutivas da Carpa-Cabeçuda (Hypophthalmichthys nobilis). O conteúdo será alternado entre informações teóricas e imagens ilustrativas.

ASPECTOS GERAIS: As carpas cabeçudas são heterossexuais, sendo que dimorfismo sexual externo pode 

ser determinado pelo exame das nadadeiras peitorais.

  • Dimorfismo sexual: Os raios frontais das nadadeiras peitorais das carpas de sexo masculino têm uma borda afiada ao longo da superfície dorsal (as nadadeiras peitorais das fêmeas são macias). É mais fácil distinguir um macho de uma fêmea durante a época de desova, onde os machos em maturidade sexual têm uma superfície corporal áspera (semelhante a uma lixa) e desenvolvem calosidades nas barbatanas peitorais e as fêmeas maduras são suaves ao toque.

  • Temperatura: Podem se desenvolver até em águas correntes, porém é preferencial que seu cultivo seja em águas com menor fluxo, mais quentes e com pouca profundidade. A temperatura ideal é de acima de 18°C, suportando até 30°C, porém a temperatura ótima para o desenvolvimento é de 20 a 28°C.  A redução de temperatura leva à diminuição no seu desenvolvimento, que abaixo de 13°C torna-se uma diminuição significativa. A produção de anticorpos dos animais torna-se ineficiente abaixo de 12°C, ficando assim mais susceptíveis à doenças. Com a diminuição significativa de temperatura os animais deixam de se alimentar e isto ocorre quando a temperatura está abaixo dos 5°C.  Porém em temperaturas menores que 18°C a sua reprodução é interrompida.

  • Desova: Durante a reprodução, a postura pode chegar a mais 100 mil óvulos por quilograma de peso vivo da fêmea (em cada desova), que ocorre geralmente na primavera e verão, quando a temperatura da água atinge 20°C.  Durante a desova, a fêmea expele os óvulos que serão fecundados pelos espermatozoides expelidos pelos machos, os ovos ficam aderidos às plantas presentes no tanque (se houver), se não houver plantas é necessário a colocação de uma corda (kakabans) para os ovos se fixarem, pois os ovos que ficarem ao fundo do tanque não se desenvolverão. A incubação depende da temperatura da água, a eclosão pode ocorrer de 4 a 6 dias com a temperatura entre 18 a 20°C.

MÉTODOS DE INDUÇÃO DE DESOVA: A indução à desova é de extrema importância pois dentre todas 

espécies e carpas usadas na aquicultura somente a carpa comum desova naturalmente em tanques. Esta indução pode se dar por diferentes métodos entre eles:

  • Método Dubish: Consiste na simulação das condições do ambiente natural, ou seja, controlar a temperatura da água para atingir de 18 a 22°C; plantas no fundo do viveiro; concentração adequada de oxigênio dissolvido; ausência de outras espécies de peixes. O método leva este nome pela utilização de viveiros Dubish, em que há grama em seu fundo, e quando a temperatura da água e as condições climáticas estiverem adequadas, os reprodutores são introduzidos com um fluxo de água constante no viveiro, elevando o nível de água, e promovendo à desova. Um dia pós a desova os reprodutores são retirados, e depois da eclosão, os alevinos são transferidos a outro tanque. Quando não há condições climáticas que tornem esse método possível, pode ser realizada a indução hormonal.

  • Método de Indução hormonal: Os hormônios gonadotrópicos são produzidos e armazenados na hipófise, sendo eles, reguladores da ovulação e podem vir a ser utilizados para indução hormonal (mesmo em estações do ano e condições climáticas em que não ocorreria a reprodução natural). São utilizadas hipófises de reprodutores aptos à desova, onde essa hipófise dessecada é macerada com soro fisiológico, formando o extrato hipofisário. Em fêmeas, geralmente é utilizado de 3 a 4,5 miligrama de hipófise para cada quilograma de peso vivo, podendo ser necessário mais de uma aplicação (em intervalos menores que 8 horas). Em machos é recomendado a utilização de 1 a 1,5 miligramas de hipófise para cada quilograma de peso vivo. As doses são injetadas nos músculos dorsais dos animais (abaixo da nadadeira dorsal). Após esse processo, são retirados os óvulos das fêmeas e em seguida a extrusão dos espermatozoides dos machos em um recipiente adequado. Posteriormente, se faz a mistura com uma pena e a lavagem é realizada com uma solução fertilizante. Concluindo esses processos, os ovos são colocados em incubadoras (com movimentação e aeração para que não formem uma massa), permanecendo nessas condições de 3 a 4 dias em temperatura de 20 a 22°C. É válido lembrar que neste processo há o controle de todas as etapas, tornando-o bastante eficiente.

      

COMPORTAMENTO REPRODUTIVO: Existem diversos esquemas para agrupar a espécie de acordo com 

sua escolha de local de desova e o grau de qualquer cuidado pós-desova. A maioria das espécies européias de ciprinídeos não guarda seus ovos em substrato. O agrupamento se dá principalmente sobre o tipo de substrato em que os ovos adesivos são espalhados. Cada espécie tem um hábito específico de desova, e isso tende a limitar a distribuição das espécies. Os ciprinídeos asiáticos, como a Carpa-Cabeçuda, são pelagófilos, ou seja, desovam em rios onde as condições de turbulência e fluxo asseguram a suspensão dos ovos que são semi-pelágicos (os ovos quando liberados livremente na coluna d’água, ou seja, flutuantes, são chamados pelágicos).

ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO: A Carpa-Cabeçuda apresenta diversas etapas em seu desenvolvimento, 

desde o desenvolvimento embrionário no ovo até o exemplar adulto. Podemos observar abaixo, representações esquemáticas dos estágios de desenvolvimento desde o início, com 2 células (2) até o estágio de juvenil (48).

Abaixo estão listados links externos de publicações científicas complementares sobre o assunto. Para acessá-los, basta clicar neles e você será direcionado para o arquivo original.

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