Bagre Americano: Reprodução
Aqui será possível compreender características reprodutivas do Bagre Americano (Ictalurus punctatus). O conteúdo será alternado entre informações teóricas e imagens ilustrativas, além de um link sobre o assunto.
MATURIDADE SEXUAL: A maturidade sexual do bagre americano é quando eles atingem dois anos de i-
dade, possuindo um peso aproximado de 0,340 kg. No entanto, o pico reprodutivo ocorre ao três anos de idade, quando eles atingem por volta de 1,360 kg.
REPRODUÇÃO NO BRASIL: As matrizes do bagre americano necessitam passar por um período do ano em
temperaturas abaixo de 20ºC. Também denominado de “estresse térmico”, nos períodos de temperaturas mais baixas (inverno) ocorre a diminuição nas horas de luz solar diária (fotoperíodo), que está intimamente ligada ao ciclo reprodutivo do bagre americano. Essas condições são comuns na região sul do Brasil, que por sua vez, é a região brasileira com a maior produção da espécie. No Brasil, os bagres americanos já estão prontos para a reprodução no segundo ano de vida, sendo o período de desova no final do ano (novembro), até a metade do verão (fevereiro).
MUDANÇAS OBSERVADAS NO PERÍODO PRÉ-DESOVA EM MACHOS E FÊMEAS: Em animais maduros,
ocorre o desenvolvimento de características secundárias que são mais evidentes próximo do momento da desova.
No caso do macho, são observados as seguintes características:
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Cabeça musculada mais achatada e larga que a fêmea;
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Lábios engrossados e coloração escura na região abaixo do queixo e abdômen.
As fêmeas apresentam as seguintes mudanças:
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Cabeça mais fina sem a projeção muscular, e região ventral mais clara;
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Abaulamento lateral do abdômen (isso ocorre por conta do desenvolvimento das gônadas);
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Área urogenital inchada.
CARACTERÍSTICAS NA REPRODUÇÃO E PRODUÇÃO DE ALEVINOS: As fêmeas do bagre americano de-
sovam uma vez ao ano, tendo uma variação na produção dos óvulos de 9.000 óvulos/kg de peso vivo, no caso de fêmeas jovens, para 5.000 óvulos/kg de peso vivo, no caso de fêmeas maiores e mais velhas.
Em relação as taxas de eclosão, podem chegar a 80% de eclosão e sobrevivência até a fase de alevinos superando os 70%. A desova no Brasil ocorre nas épocas de primavera e verão. Os machos, diferentemente das fêmeas, podem reproduzir-se de duas a três vezes por ano. Dessa forma, para promover o aumento da produção total de larvas na produção, é recomendado que nos tanque de reprodução sejam estocados mais fêmeas que machos. Além disso, após a desova e fertilização dos óvulos, os machos permanecem no ninho cuidando dos ovos até a eclosão.
Considerando, por exemplo, que seja desejável produzir cinco milhões de alevinos, é necessário que ocorra a estocagem nos tanques de reprodução de aproximadamente 897 kg de reprodutores/ha (lembrando que nesses tanques, é recomendado que eles sejam subdivididos em tanques menores).
MANEJO DOS TANQUES DE REPRODUÇÃO: Para promover efetividade na desova, deve-se fornecer ni-
nhos (podendo utilizar caixas de madeira, manilhas de 150-220 milímetros, e telhas de 40-50 centímetros de profundidade).
INCUBAÇÃO ARTIFICIAL: No caso da incubação artificial, após a desova ocorre a retirada dos ninhos dos
tanques, onde os ovos devem ser depositados em bandejas que contenham um fundo de tela (0,3 centímetros de malha e 10 centímetros de altura), instalados em tanques de alvenaria (de fibra de vidro ou madeira), com 0,45 cm (centímetros) de volume, com profundidade entre 25-30 cm (incubadoras tipo calha).
Com relação a oxigenação dos óvulos, deve-se promover a instalação de um eixo giratório com hastes fixas que girem em velocidade de 30 rpm, sendo até oito bandejas por calha. Sob temperatura entre 25-26ºC, o período de incubação dura de sete a oito dias. Após eclodirem, as larvas atravessam a malha dos cestos, aglomerando-se em cardumes no fundo das calhas, onde após três dias, sobem a superfície da calha para iniciar a alimentação exógena. Nesse período, devem ser transferidas para tanques de alevinagem (com densidadade de estocagem de 40.000-50.000 larvas/m³).
Após essa transferência, deve-se iniciar a alimentação com ração pulverizada (45-50% de proteína bruta), a base de 6-12% do peso vivo, fracionando de duas a quatro vezes ao dia. Utilizando hormônio luteinizante (LH-RH), ou até mesmo extrato hipofisário, é possível obter sucesso na reprodução induzida do bagre americano
SELEÇÃO DE REPRODUTORES: Para a seleção de reprodutores do bagre americano, deve-se atentar a
principalmente para o histórico de doenças viróticas do macho, e Septicemia Entérica do Bagre (ETC) . Isso deve-se ao fato que existem evidências que essas doenças sejam transmitidas para a progênie. Além disso, é necessário verificar se os animais apresentam características secundárias bem evidências. Por exemplo, na região genital, após realizar uma leve compressão abdominal (no sentido céfalocaudal), é possível observar em machos que ocorre a secreção de gotículas de sêmen e urina pelo poro urogenital.
Abaixo está listado um link externos de publicação científica complementar sobre o assunto. Para acessá-lo, basta clicar nele e você será direcionado para o arquivo original.